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Espiritismo Redivivo

sexta-feira, 5 de outubro de 2007

Os Codificadores

Os Codificadores

Antonio Paiva Rodrigues

“Quando vier o Espírito da Verdade, que procede do Pai, dará testemunho de mim, e vós também dareis porque estais comigo desde o começo”.

(João XV, 26-27.).

Assim como não existem duas “leis” em vigor uma, em oposição à outra, também não podem existir dois “testamentos” em validade, ambos contradizendo-se, defraudando-se, aniquilando-se.

Existe a lei, existem os profetas; existiram os profetas e existiram a lei e os profetas. Jesus não veio revogar a lei e os profetas, mas cumprir; lembrar o cumprimento da lei, trabalhar pelo cumprimento da lei, ensinar o cumprimento da lei, impor o cumprimento da lei. Jesus é a luz do mundo: essa luz ilumina a lei, distingue-a do que não é lei, orientando todas as almas de um modo racional, inteligível, para cumprirem a lei, obedecerem à lei, praticarem as ordenações da lei. Jesus é o caminho, a verdade e a vida: sendo sua principal missão cumprir a lei, a lei deve, forçosamente, limitar-se, circunscrever-se ao caminho que ele personificou, à verdade de que ele foi o paradigma, a vida de que deu o mais vivo exemplo.

A lei foi dada por intermédio de Moisés, mas a graça e a verdade da compreensão da lei foi dada por Jesus Cristo; ele é a luz e a verdade. A lei não é de Moisés: se fosse, passaria com Moisés, como a lei de Moisés do dente por dente, olho por olho passou, para não mais voltar; não só desapareceram dela o i e o til, como também todo valor, toda potência, todos os caracteres.

Todo o mundo admira a moral evangélica; todos proclamam a sua sublimidade e a sua necessidade; mas muitos o fazem confiando naquilo que ouviram, ou apoiados em algumas máximas que se tornaram proverbiais, pois poucos a conhecem a fundo, e menos ainda a compreendem e sabem tirar-lhe as conseqüências. A razão disso está, em grande parte, nas dificuldades apresentadas pela leitura dos Evangelhos, ininteligível para a maioria. A forma alegórica, o misticismo intencional da linguagem, faz que a maioria o leia por desencargo de consciência e por obrigação, como lê as preces sem as compreender, o que vale dizer sem proveito.

Os preceitos de moral espalhado no texto, misturado com as narrativas, passam desapercebidos. Torna-se impossível aprender o conjunto e fazê-lo objeto de leitura e meditação separadas.

Diante de belos ensinamentos de nosso Mestre Jesus Cristo, tentaremos agora, na nossa simplicidade e talvez ignorância, falar alguns fatos relacionados, com os Codificadores da Doutrina Espírita surgida em 18 de abril de 1857 com o lançamento do Livro dos Espíritos, por Allan Kardec. Ao publicar “O Livro dos espíritos”, Allan Kardec estava com 53 anos de idade, pois nasceu em Lyon, na França, às 19 horas do dia 03 de outubro de 1804.

Seu pai, Jean-Baptista Rivail, que era juiz, e sua mãe Jeanne-Louise Duhamel, prendada senhora lionesa, o educaram dentro das melhores possibilidades da época. Aos dez anos, já era aluno do Instituto de Yverdon, famoso educandário da Suíça, onde foi discípulo do extraordinário pedagogo Johannes Heinrich Pestalozzi, considerado por muitos como o “educador da humanidade”. Esta experiência pedagógica foi de alta valia para a elaboração dos livros da Codificação. Casou-se com Amélie –Gabriel Boudet, parisiense, professora de Letras e Belas Artes, a quem o Espiritismo muito deve, pois colaborou com Kardec e o apoiou em sua bela missão. Nela se aplicaria o jargão popular de que: “Atrás de um grande homem sempre existe uma grande mulher”. Em 08 de maio de 1852, publicou-se, em Nova York, o primeiro periódico espírita: o “Spiritual Telegraph”. Em 1853, já existiam nos Estados Unidos centenas de publicações de diferentes orientações, algumas com edições de mais de dez mil exemplares. Foi também em Nova York que se constituiu a primeira sociedade espírita, em 10 de junho de 1854, da qual faziam parte, entre outros personagens, o juiz da Suprema Corte daquele estado, John W. Edmonds, e o Governador Tallmadge, de Wisconsin. Essa sociedade foi a responsável pela edição do jornal “The Cristian Spiritualist”.

Falar de Fénelon, Erasto, Santo Agostinho, São Luiz, Lacordaire, François-Nicolas-Madalaine, Sansão, Delphine de Giardin, François de Genêve, Um anjo da Guarda, Bernadim, Espírito da Verdade, Adolfo-Bispo de Alger, Ferdinando-Bourdeaux, João Evangelista, Um Espírito Protetor, Vianey (Cura D’Ars), Lázaro, Um Espírito Amigo, Hahnemann, Simeon, Paulo, João (Bispo de Bordeaux), José-Espírito Protetor (Indulgência), Dufétre - Bispo de Ners, Emmanuel, Pascal, Espírito Protetor, Elisabeth de Françe, Lamennais, Jules de Oliveira, Adolfo-bispo de Alger, Francisco Xavier -Bordeaux, Irmã Rosália, São Vicente de Paula, Cáritas, Michel (A piedade), Guia Protetor, M. Espírito Protetor, Cheverus, Georges, Simeão, Constantino, Henré Heine, Luis, V. Monod, Sócrates, Platão, Franklin, Emmanuel Suwenderborg, Zéfiro entre outros.

Como podemos notar pela descrição alguns espíritos fizeram questão de se identificar, outros não. Não poderemos jamais esquecer a figura de Jackie Andrews Davis, grande médium americano, que quatro anos antes de Kardec lançar a primeira obra da Codificação, ele prediz dizendo: Isto em 1854, que quatro anos depois surgiria no mundo uma doutrina que iria revolucionar, e esta doutrina receberia o nome de “Espiritismo”. Kardec ou Hippolyte-Leon Denizard Rivail lançou o Livro dos espíritos em 18 de abril de 1857, o Livro dos Médiuns em 15 de janeiro de 1861, O Evangelho Segundo o Espiritismo, em 29 de abril de 1864, O Céu e o Inferno, em primeiro de agosto de 1865, Gênesis em seis de janeiro de 1868.

A Revista Espírita em primeiro de janeiro de 1858, Obras Póstumas lançada depois de seu desencarne, em 1890. Rivail, aconselhado por um amigo espiritual, usou o pseudônimo de Allan Kardec, seu nome de encarnação vivida na Gália, onde foi um sacerdote Druida, para publicar esse livro e o adotou em suas obras espirituais.

Kardec trabalhou na Codificação e na implantação do Espiritismo desde maio de 1855, quando viu pela primeira vez a realização de fenômenos extraordinários, até sua desencarnação, no dia 31 de março de 1869, aos 65 anos, em conseqüência de um aneurisma cerebral. Seu sepultamento, realizado no dia dois de abril, no Cemitério Montmarte, o mais antigo de Paris, acompanhado por mais de duas mil pessoas.

Seus restos mortais foram transferidos para o Cemitério de Père Lachaise, onde repousam até hoje, num túmulo em forma de dólmem, três pedras perpendiculares sobre a qual repousa uma quarta, de seis toneladas, que serve de teto, onde, no bordo frontal está gravada a frase: “Nascer, Morrer, Renascer Ainda e Progredir Sempre-Tal é a Lei”, que retrata muito bem, a síntese da filosofia da encarnação. Os franceses enveredaram pelo chamado Espiritismo Científico; abandonaram, negaram os aspectos filosóficos e religiosos da Doutrina e distanciou-se dos caminhos propostos pelos espíritos na Codificação. Outro fato que merece destaque: O Livro dos espíritos em seu lançamento continha apenas 501 questionamentos e respostas, a 30 de março de 1860 ele ficou pronto com 1.018 perguntas e respostas; quando da sua tradução para o português com aquele jeitinho brasileiro, aumentaram para 1.019 questões. Será que Kardec onde estava ou está concordou com esta alteração? Quem teria sido o autor intelectual dessa façanha, em livro ditados por espíritos Superiores e que é à base da sustentação de uma doutrina, não deve ser alterado de forma alguma. Na minha opinião achei esta atitude de um mau gosto sem precedentes.

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Antonio Paiva Rodrigues

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