O CRISTIANISMO ATRAVÉS DOS TEMPOS
“Se você anda tenso e descontente, não se desespere. Dentro
de você estão forças para liquidar o nervosismo e o descontentamento. Forças
admiráveis, poderosas, edificantes, mas que só agem se forem arrancadas de dentro
com forte convicção e desejo real de solucionar, compreender e amar.” (Lourival
Lopes).
A cristandade nos tempos de hoje, já decorridos mais de 2000
anos, vive um cristianismo que não é o original dos Evangelhos. Cristandade é o
conjunto dos povos ou dos países cristãos, ou seja, a qualidade do que é
cristão. Seria uma temeridade afirmarmos esse conceito? Talvez não, visto que desde
o século primeiro, a mensagem de Cristo foi contaminada ou destoada pela
ideologia judaica, onde a possibilidade da anulação do pecado pelo derramamento
do sangue de um ser inocente. Cristianismo é a religião de Cristo, ou o
conjunto das religiões cristãs. A história das religiões cristãs é muito conturbada,
principalmente quando se fala em católica e Protestantes. No auge das
principais religiões vemos a rivalidade entre dois irmãos. No princípio do
mundo, como preceitua a Bíblia, os irmãos Caim e Abel são figuras carimbadas.
O atrito entre judeus e árabes palestinos são originários dos
atritos entre dois irmãos, Ismael e Isaque. Filhos de mães diferentes, mesmo
assim são abençoados por Deus. Os dois filhos de Abraão, um filho da escrava
Hagar, o outro filho de Sara. Sara era estéril e Deus permitiu que Abraão
tivesse um filho com sua escrava. Aliás, na formação da humanidade até os dias
de hoje a história é repleta de violência. Por que essa violência teve a
anuência de Deus? O pecado é inerente ao gênero humano, porém, persistir em
determinados pecados é multiplicá-los em gravidade.
É dever de todos nós esclarecer os que não sabem e
encaminhá-los às sendas da Verdade, um ato de Caridade Cristã, evitando assim
que o sangue dos inocentes seja vertido sobre nós e nossos filhos, como preço
da omissão. O nome Hebreu deriva-se de Heber, filho de Salá. Segundo a história
Heber foi pai de Pelegue, naquela época, a terra foi dividida entre homens (a
primeira reforma agrária). Outro filho de Heber foi Joctã. (Gn 10: 25). Como o querido Mestre Jesus não criou e nem
fundou nenhuma religião, o cristianismo surge após a conversão de Paulo. Do Ano
33 da morte de Jesus ao 54 da Era cristã, os seguidores do Nosso Salvador eram
chamados seguidores do Caminho. (Atos 11:26).
No tempo de Israel, a
matança de um homem era proibida pela lei mosaica, era morto anualmente um
animal, chamado “bode expiatório”, na crença de que o sangue desse animal
inocente anulasse os pecados de Israel. Daí surgiu à expressão usada nos dias
de hoje, “bode expiatório”. (grifo nosso). Israel abandonou esse ritual, mas a expressão e
ideologia foi absorvida pelos cristãos. É certo que todos os cristão tenha origem
do judaísmo, daí o hábito de se estudar o Velho Testamento, ou a Torá, inclusive
foi anexada a Bíblia dos Cristãos. Dizem que o animal sacrificado foi substituído
pelo único homem sem pecado, Jesus que teria derramado o seu sangue para lavar
os pecados da humanidade.
Teria sido Jesus um “bode expiatório”? É bom que se frise que
essa ideologia não está inserida nas palavras do Mestre. “Aos discípulos de
Emaús, decepcionados com a morte de Jesus, responde ele: “não devia então, o
Cristo sofrer tudo para entrar em sua glória”“? Qualquer cristão teria
respondido “para pagar os pecados da humanidade.” O grande Paulo de Tarso, na
Epístola aos Filipenses, se pronuncia a respeito da encarnação e morte
voluntária de Jesus, mas nem ele se refere à ideia de um pagamento por pecados
alheios; diz que, por causa da voluntária humilhação do Cristo na pessoa humana
de Jesus, Deus o superexaltou.
Com essa conotação de Paulo podemos afirmar que o Cristo
sempre existiu no mundo espiritual, tendo recebido a missão de encarnar na
Terra, o fez para cumprir uma missão. Todos nós estamos aqui encarnados para
cumprirmos uma missão. Paulo admite que o Cristo antes de sua encarnação na
Terra se tornou um super-Cristo, e sua morte foi voluntária, pois Cristo foi o
primogênito de todas as creaturas, e todas as creaturas, por mais evolvida, é
sempre ulteriormente evolvível (Mover-se lenta e progressivamente;
desenvolver-se, por lentas modificações, sem saltos bruscos). As nossas teologias não admitem uma evolução
no Cristo, porque falsamente identificam Deus com a Divindade, e na Divindade
não há evolução. Jesus nunca afirmou ser a Divindade, mas sim ser Deus: “EU e o
Pai somos um, mas o Pai (Divindade) é maior do que eu”.
Para quem não tem um discernimento para assimilar
determinadas aposições, jamais entenderá a missão de Cristo aqui na Terra. Na
encarnação e morte de Jesus nada tem haver com pecado, mas a própria evolução
superior. Nós seres humanos não somos divindades, entretanto, estamos aqui para
evoluirmos, e essa evolução só será possível pelas boas ações praticadas aqui
no orbe terrestre. A redenção da humanidade é um fenômeno dessa
super-cristificação ou suprema autorrealização do Cristo; pois toda a plenitude
transborda necessariamente, e esse transbordamento da plenitude reverte em
benefício da humanidade. Fonte: Humberto Rohdem. A
plenitude de Jesus é tão admirável, que todos nós recebemos graças e mais
graças. João no seu Evangelho cita tudo isso. É um grande benefício para a
humanidade.
Na crença de que Deus fica ofendido com os pecados da
humanidade pode ser um conceito absurdo, e até cognominado de blasfêmia. Todo o
ser ofendido, e mesmo ofendível, prova que é um ser mesquinho; o ser superior
não é ofendido e nem ofendível; não se vinga nem perdoa, simplesmente ignora a
ofensa. Podemos considerar ofendível somente o pequeno ego humano, ao passo que
o grande Eu divino no homem nada sabe de ofensa nem ofendibilidade; não tem que
vingar-se nem perdoar. Sempre afirmamos em nossas conotações religiosas que
Deus tendo dado o livre-arbítrio ao homem, fica na responsabilidade do homem
distinguir o bem do mal. Deus o Pai não interfere na vontade humana. Se Deus
agisse como alguns pensam, Ele jamais teria permitido que Jesus tivesse uma
morte tão cruel. “Pai porque me abandonaste”, disse Jesus na hora da aflição. É
inadmissível que Deus, e podemos até considerar um absurdo que Deus exija
satisfação de um inocente para pagar os delitos dos culpados. Tem muitas
nuanças sobre a vida de Jesus que devem ser estudadas exaustivamente para que
não façam confusões sobre a vida desse grande Espírito Puro. Mahatma Gandhi,
chegou a um estado de completa inofendibilidade, no fim da sua vida; e Deus se
sentiria ofendido com os pecados da humanidade, em vez de perdoar, se teria
vingado num inocente, e isto com crueldades de inaudita perversidade, como os
Evangelhos referem.
Baseado nessa premissa tão clara e ostensiva a nossa
percepção é que o “Deus”’ do Velho Testamento nominado de “Jeová” nunca foi
Divino em contraponto com o Deus pregado por Jesus, primeiro porque Jesus nunca
nominou ou batizou Deus, e o chamava de Pai, no entanto, Abrão nominou de
Jeová, Iaveh, Javé e o designou com Deus de Israel. Uma indagação interessante:
“Se Jesus tivesse, por sua morte, pago os delitos da humanidade, por que é que
todo o homem, segundo as teologias nasce outra vez em pecado”? Fica a resposta
para quem se interessar. Reduzir Jesus a um “bode expiatório” da humanidade, como
indagamos nas entrelinhas dessa matéria seria desconhecer toda a sua grandeza.
Infelizmente, não nos
ensinaram como deveria e, podemos até dizer que muita coisa nos foi repassada
com erros gritantes, se analisarmos a progressiva cristificação do Jesus humano
sob - auspícios - do Cristo divino, motivo da sua encarnação, é tão
incompreensível para as nossas teologias que a VULGATA LATINA até falsificou a
Epístola de Paulo aos Filipenses, omitindo acintosamente o prefixo “super” (hyper,
em grego) quando Paulo escreveu em grego que o Cristo foi superexaltado pela
encarnação, e a VULGATA diz apenas que foi exaltado, porque uma evolução no
Cristo lhe parecia inevitável. (Grifo nosso). Bem que certas verdades deveriam ser
explicadas pelos pastores que fazem a religião cristã primitiva, a Igreja
Católica Apostólica Romana, fundada em 381 D.C., por decreto Imperial “Cunctus Populus”
de Teodósio I, no Concílio Constantinopla I. De 170 a 313 da nossa Era, a
Igreja Católica não tivera nenhum envolvimento com assuntos concernentes à
corrupção do mundo, ou mesmo participação na política daquele período agitado e
perigoso da história romana. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA
RODRIGUES-MEMBRO DA ACI- DA ACE- DA UBT- DA AVSPE- DA ALOMERCE E DA AOUVIRCE.
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