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Espiritismo Redivivo

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

OS MEGATEMPLOS DA FÉ

OS MEGATEMPLOS DA FÉ

“É natural confiar nos sinais de trânsito, no coração a bater, nos pulmões a respirar, no aparecimento do dia e da noite e em muitas outras coisas. Por que, então, não confiar em si e fazer logo os planos para o amanhã? Por que não firmar agora as bases de trabalho, perseverança e otimismo, sem temer problemas? Pense nisso”! (Lourival Lopes).

Jesus em suas pregações usava como ponto forte a prudência, pois ele queria que todos entendessem o que explanava. Suas mensagens eram de entendimento fácil, pois não usava termos rebuscados, e suas orações eram diretas e curtas. Pregava em qualquer lugar e gostava muito de perguntar e com as indagações ele atraía e envolvia a todos os presentes as suas pregações. Não usava palavras complicadas e difíceis como na hermenêutica ou apologética, nem mesmo homilética. Quando Jesus pregava até as criançinhas entendiam.  

 Jesus pregava de chinelos e sem gravatas. "Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque limpais o exterior do copo e do prato, mas estes, por dentro, estão cheios de rapina e intemperança! Fariseu cego, limpa primeiro o interior do copo, para que também o seu exterior fique limpo! Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas, porque sois semelhantes aos sepulcros caiados, que, por fora, se mostram belos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda imundícia! Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniquidade." (Mateus 23:25-28). (Grifo nosso). Jesus em várias pregações pegava pesado, e era preciso entender as suas parábolas.

Analisando o comportamento de Jesus, diante de seus seguidores e a maneira simples como se vestia, e os locais onde pregava para o povo, chegamos à conclusão de que as religiões cristãs, hoje em dia, estão mais preocupadas com o patrimônio material, do que o espiritual. A Revista Época de n°. 709/de 19/12/2011, traz em seu bojo uma matéria assaz interessante. “Os megatemplos que renovam a fé”. Padre Marcelo Rossi e o novo santuário Mãe de Deus, com capacidade para 100 mil pessoas, vai se tornar o maior templo católico do mundo. “Depois do rádio, da televisão e da Internet, agora as igrejas erguem templos colossais para conquistar fieis”.

Nossa noção sobre a conquista de fiéis estava respaldada nas preces e orações, bem como nos incentivos a fé, através da pregação dos Evangelhos. Como grandiosos, portentosos templos vão abrigar um número de fieis pobres, carentes, menos aquinhoados, da classe média e abonados? Parece-nos que a ICAR (Igreja Católica Apostólica Romana) quer relembrar o ano de 381 depois de Cristo, quando da sua fundação pelo Imperador Teodósio I. É bom que se faça uma leitura bem circunstanciada no (Apocalipse de João 18:4). Nessa época a Igreja Romana passou então a ser uma instituição totalmente paganizada e babilonizada. “A construção de megatemplos mostra a força do cristianismo brasileiro, acirra a disputa por fiéis e revela como orar entre milhares de pessoas ajuda a sentir-se mais perto de Deus”. Ledo engano de quem escreveu essa sentença, pois está ferindo os próprios ensinamentos do Cristo, Salvador do Mundo.

Essa força do cristianismo é apenas uma força material, voltada para a arrecadação do vil metal, já que outras pretensas igrejas que pregam “a palavra de Deus” (grifo nosso) estão no mesmo azimute, o dinheiro.  Jesus Cristo, mesmo sendo filho de Deus, não é Deus, pois não possui deidade. O templo “Mãe de Deus” deveria ter outro título, Mãe de Jesus, pois Deus é onipotente, Onipresente e Onisciente. Humberto Maia Júnior Jornalista da revista Época fez um belíssimo trabalho ao mostrar para o Brasil os valores em dinheiro que serão gastos e que abrigarão milhões de miseráveis. “O padre Marcelo Rossi celebrou a primeira missa do Santuário Mãe de Deus, em outubro do ano que passou”. A inauguração oficial da igreja está prevista para 2012. A igreja supracitada teve o início das obras em 2004 com previsão para término em 2012. Capacidade para 100 mil pessoas, custo estimado em R$ 65 milhões de reais, e uma área construída de 6.000 metros quadrados. O altar fica a 4 metros de altura e mede 430 metros quarados e tem um espaço reservado para 100 poltronas. Sala de eventos, uma sala para 50 seminaristas e duas salas de descanso. Cripta e ossário destinados a guardar os restos mortais de líderes religiosos. Altar, sala de ministros, capela do Santíssimo, cripta e ossário.

O santuário comparado a outros monumentos da igreja católica fica bem mais portentoso. A cobertura eleva-se em direção ao altar para dar um efeito de “contemplação religiosa”, segundo Ruy Ohtake. Uma cruz com 42 metros de altura pode ser vista a quilômetros de distância. Uma nave para 10 mil pessoas sentadas e 15 mil de pé. Não há colunas que impeçam a visão do altar. Telões em número de oito para transmissão de missas a até 75 mil pessoas na área externa do tempo. Padre Marcelo Rossi bancou parte da obra com a venda de livros e CDs. O santuário será doado à Arquidiocese de Santo Amaro. Em nossa opinião vemos a ideia do Padre Marcelo simplesmente como competição contra os líderes protestantes, como Edir Macedo e Valdemiro Santiago. Um contraponto para um entendimento melhor: “Cidade Mundial do “apóstolo” Valdemiro Santiago”.

Um templo para capacidade de 150 mil pessoas a ser construído em Guarulhos, São Paulo. Início das obras ainda não definido, Previsão de tempo não definido, capacidade de 150 mil pessoas, custo estimado R$ 50 milhões de reais (só o terreno). Já o templo de Salomão do Bispo Edir Macedo – terá a sua disposição um apartamento duplex de 740 metros quadrados, equipado como, quatro suítes, sauna, piscina, banheira, orquidário, churrasqueira e academia. Início das obras, 2010, previsão de término 2014, capacidade 10 mil pessoas, custo estimado R$ 350 milhões e área construída de 74 mil metros quadrados. Vemos com certa cautela os gastos homéricos que serão usados na construção dos três templos. Será que para aumentar a fé da população seria necessário tanto dinheiro? Achamos que não, pois as igrejas deveriam voltar seus olhos para obras sociais. As obras sócias estão em declínio e se faz necessário um solavanco para melhorar a condição de vida dos fieis. Se Jesus pregou a simplicidade e a igreja católica nos ensinou que Jesus nasceu em uma manjedoura, por que tanta hipocrisia na construção de suntuosos templos. Templo religioso com apartamento, piscina, academia, churrasqueira, banheira mais parece um motel do que um templo para pregar a palavra de Deus.

É preciso que os responsáveis venham a público informar a origem de tanto dinheiro, apesar de se tratar de entidades religiosas. Uma transparência ampla e bem entendida para conhecimento de todos não tira pedaço de ninguém. Quando indagavam a Jesus se era justo dar dinheiro a César, Jesus afirmava com inteligência: “Dai a César o que é de Cesar e a Deus o que é de Deus”.   Nem Jesus e o Pai Maior lidam com dinheiro. E aqui citamos uma passagem bíblica que se enquadra muito bem nas pretensões das citadas igrejas: “É mais fácil um camelo passar no fundo de uma agulha do que um rico se salvar”. Entendemos que esses templos estão mais para a classe rica, do que para as mais necessitadas. O patrimônio dessas igrejas crescem assustadoramente, enquanto os fieis passam por privações. Pense nisso!

ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA ACI – DA ACE- DA ALOMERCE- DA UBT- DA AVSPE E DA AOUVIRCE

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Antonio Paiva Rodrigues

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