A INQUISIÇÃO NÃO PERDOA, MATA.
“Estou em paz com os elementos
da natureza. Não existe tempo bom ou ruim. Sou eu que escolho reagir ao que
acontece ao meu redor. Hoje estou fazendo uma faxina mental, abrindo espaço
para novos pensamentos positivos”. (Louise Hay).
Eu
crio milagres em meu mundo, estou aberto às maravilhas do Universo. Como
poderei usufruir de tanta beleza, se os ambiciosos, egoístas e trapaceiros surrupiam
nossos ganhos suados, através de um amontoado de impostos criminosos, que são
desvirtuados dos cofres públicos e vão se imantar nas contas bancárias dos
corruptos brasileiros. Sou verdadeiro, procuro viver e me movimentar com
alegria. Faço isso todos os dias, mas quando vislumbro uma multidão de
esmoleres perambulando pelas ruas e avenidas da cidade, as lágrimas ensopam
minhas vestes. A desigualdade social em nosso país é aviltante e sem escolho
para impedir que ela cresça cada vez mais. Temos que tomar decisões judiciosas,
bastante luminares para obtermos o fio da meada, para atenuar os nossos
problemas no cotidiano. A violência cresce a passos largos transparecendo que a
inquisição volta a reinar neste país varonil.
Falando
em inquisição queríamos ressaltar, a figura de um grande homem que foi vitima
da incompreensão de seus pares, referimo-nos a Giordano Bruno, condenado à
fogueira pelo Tribunal da Inquisição. O filósofo e frade dominicano tornou-se o
símbolo da defesa do conhecimento contra a intolerância (Falta de tolerância, qualidade
de intolerante). Giordano Bruno nasceu em Nola na Itália, em 148 e faleceu em
1.600, em Roma, também na Itália. A cidadezinha de Nola fica bem próxima de
Nápoles. Giordano Bruno era discípulo do filósofo Francesco Patrizi, membro da
Academia Florentina, ingressou na Ordem dos Pregadores aos 17 anos de idade, e
lá permanecendo por 10 anos, chegando a ser ordenado sacerdote e recebeu o grau
de doutor em teologia em 1.575. Giordano Bruno concebia Deus como alma e
princípio ativo do mundo.
Um
castiçal de ouro refletia a cerimonial de aparente beleza. Vozes entoavam
cantos na forma de mantra capaz de agradar e, ao mesmo tempo, repelir a própria
divindade. Segundo Sérgio Peixoto Mendes, ele seguia pela ladeira o ritual
carregando consigo a ortodoxia escolástica sob a luz de velas prestes a se apagarem.
O calendário humano assinalava o ano de 1600, e a procissão seguia. O ritual
bonito buscava agradar uma divindade transcendente, cobrindo a ignorância, o
preconceito, o dogma e a intolerância. Os fieis eram os mesmos que outrora haviam
escolhido o filho do carpinteiro para carregar suas cruzes. Em suas exaltações
continuavam imponentes e pretensiosos. As recentes descobertas marítimas, Índia
e América, quase nada significavam. Ressalte-se que a preocupação maior dos
comandantes do cortejo não era com o novo e sim com a manutenção, a qualquer
preço, da tradição. Por isso sacrificavam a individualidade criadora para
conservar o poder, verdadeiros trabalhadores da inércia. O conflito era o mesmo
da época do divino rabino: um passado que recusava a morrer. Acusado de
heresia, Giordano Bruno abandonou a ordem indo se refugiar no norte da Itália.
Lá
sua ocupação principal era o ensino. Constantemente perseguido, não suportando
mais, viaja para a Suíça, onde se converteu ao calvinismo para abandoná-lo
pouco tempo depois. Esteve também na França, Alemanha e Inglaterra, depois
volta a Veneza pelos idos de 1592. Segundo as palavras de Giordano Bruno sobre
as leituras, ele ficara fascinado por filósofos gregos, como: Parmênides,
Heráclito, Lucrécio, Plotino e Demócrito, os mais antigos. Também apreciava os
mais modernos, pelo “onisciente” Raimundus Lullus, o “magnânimo” Nicolau
Copérnico e o “divino” Nicolau Cusano, ou Nicolau de Cusa. O progresso impõe as
suas regras e as velhas desabam.
Por
esse motivo os escolásticos ficaram preocupados. Ressalte-se que: “A Escolástica
tem tanto um significado mais limitado, ao se referir às disciplinas
ministradas nas escolas medievais – o trivio: gramática, retórica e dialética;
e o quadrívio: aritmética, geometria, astronomia e música -, quanto uma
conotação mais ampla, ao se reportar à linha filosófica adotada pela Igreja na
Idade Média. Esta modalidade de pensamento era essencialmente cristã e
procurava respostas que justificassem a fé na doutrina ensinada pelo clero,
guardião das verdades espirituais”. Esta escola filosófica vigora do princípio
do século IX até o final do século XVI, que representou o declínio da era
medieval.
A Escolástica é o resultado de
estudos mais profundos da arte dialética, a radicalização desta prática. No
começo seus ensinamentos eram disseminados nas catedrais e monastérios,
posteriormente eles se estenderam às Universidades. Várias transformações estavam
ocorrendo, visto que com o passar do tempo às mudanças são fundamentais, o
problema é que sempre existem conservadores tentando impedir as mudanças com
receios da perda do poder. Diante das descobertas de Copérnico (1473-1543) a
visão do mundo seria outra, onde o heliocentrismo opõe-se ao teocentrismo. Em
Londres Nicolau Copérnico dedicou-se a ensinar na Universidade de Oxford onde ministrava
aula sobre cosmologia (Estudo dos Cosmos). Esteve na França e em 1585 foi
ridicularizado após um debate público no Colégio de Cambrai, tendo sido expulso
do país. Demonstrou, mesmo utilizando um
método errado, que o Sol era maior que a Terra, em diversos países em que
esteve. Giordano Bruno defende a infinitude do universo, como um conjunto
dinâmico que se transforma continuamente, do inferior ao superior, e
vice-versa, num movimento constante, por ser tudo uma só e mesma coisa, como
manifestação da vida infinita e inesgotável. Como o universo, também Deus é
infinito, sendo-lhe imanente e transcendente ao mesmo tempo, sem nenhuma
contradição, pois os opostos acabam por coincidir no infinito.·.
Segundo preceitua o site:
Infoescola: “Para Bruno, o universo é uma coisa viva, todo ele regido por uma
mesma lei, sendo Deus a mônada das mônadas (espécies de átomos orgânicos e
viventes), que compõem o organismo do mundo. Deus está presente por toda parte,
como poder infinito, sabedoria e amor, cabendo aos homens adorar toda essa
infinitude com entusiasmo, numa unidade das crenças religiosas, além de
qualquer dogma positivo”. Como os conservadores de antanho afirmavam que a
Terra era o centro do Universo, não queriam que suas percepções fossem
contrarias. Copérnico sofreu muito com isso, pois afirmara que a Terra girava
em torno do sol e não como pensavam os conservadores. Para Bruno, o universo é
uma coisa viva, todo ele regido por uma mesma lei, sendo Deus a mônada das
mônadas (espécies de átomos orgânicos e viventes), que compõem o organismo do
mundo.
Deus está presente por toda
parte, como poder infinito, sabedoria e amor, cabendo aos homens adorar toda
essa infinitude com entusiasmo, numa unidade das crenças religiosas, além de
qualquer dogma positivo. A metafísica de Bruno pode ser denominada de monista,
pampsiquista e para-materialista, sendo que ele concebe Deus como alma e
princípio ativo do mundo - e a matéria como princípio passivo. Deus e matéria
nada mais são, portanto, do que dois aspectos da mesma substância. Depois de um
longo período de esquecimento, por cerca de dois séculos, Giordano Bruno foi
redescoberto nos fins do século 18 e começo do século 19, através do pensamento
dos românticos alemães, não sendo pequena a dose de sua filosofia nas idéias de
Goethe. Já em Veneza, denunciado pelo nobre Giovanni Moncenigo, é novamente
acusado de heresia e preso pelo Santo Ofício. Reconhece os seus erros e parece
livrar-se da fogueira. Mas, a pedido do papa, as autoridades venezianas, depois
de alguma hesitação, o entregam ao tribunal da Inquisição de Roma. Fica
encarcerado durante sete anos, negando-se a abjurar suas doutrinas, das quais
não se retrata. Foi queimado em 1600. Muitos estudiosos estiveram incluídos
nesse rol que mostra o crescimento dos estudos da ciência e sua evolução,
através dos tempos. Por isso, escolhemos o tema, a Inquisição não perdoa, mata,
visto que aqueles que discordavam dos retrógrados da igreja Católica, Apostólica
Romana, o destino era a cruel fogueira da inquisição.
Os peripatéticos – as indisposições
de Giordano Bruno para com a filosofia de Aristóteles parecem uma vingança de
Heráclito, que na opinião de Aristóteles não passava de um poeta não
comprometido com a verdade, obscuro e sonhador; que passa a impressão de
possuir certo grau de loucura. O termo paripatético usado contra Aristóteles
tinha como pressuposto de que o filósofo tinha o hábito de ensinar caminhando. Gostava de andar
compassadamente em volta do perípatos de seu Liceu, hábito que deixou para os
futuros pensadores e inspirou o que viria a se chamar Escola Peripatética de
Filosofia. Seguindo a mesma linha de raciocínio, Jesus pode também ser considerado peripatético.
“Os
escolásticos tentam harmonizar ideais platônicos com fatores de natureza espiritual,
à luz do cristianismo vigente no Ocidente”. Mesmo depois, quando Aristóteles,
discípulo de Platão, é contemplado no pensamento cristão através de Tomás de
Aquino, o neoplatonismo adotado pela Igreja é preservado. Assim, a escolástica
será permanentemente atravessada por dois universos distintos – a fé herdada da
mentalidade platônica e a razão aristotélica. Agostinho, mais tradicional,
clama por um predomínio da fé, em detrimento da razão, ao passo que Tomás de
Aquino acredita na independência da esfera racional no momento de buscar as
respostas mais apropriadas, embora não rejeite a prioridade da fé com relação à
razão. Dizem que o filósofo é esse agente destruidor das correntes que
estão colocadas nas portas dos miseráveis. Seria essa a missão de um filósofo
como foi citado durante as análises dessa matéria que ora repassamos para os
leitores. Pense nisso!
ANTONIO PAIVA RODRIGUES-MEMBRO DA
ACI- DA ACE- DA UBT- DA AVSPE- DA ALOMERCE E DA AOUVIRCE
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